quarta-feira, agosto 16, 2006

Desbussolada

É engraçado como às vezes parece que eu estou indo constantemente na direção errada...

Ou talvez eu não saiba optar por uma, vá um pouco pra um lado, um pouco pra outro, alguns passinhos pra um terceiro, e recuo de um quarto caminho. Mas eis que, quando paro, não era onde eu queria estar.

"Opte então por uma única direção e siga nela", você diria. A minha resposta seria: como optar? Como saber qual a melhor direção? Porque, se eu errar, voltar todo o percurso pro ponto zero não é tarefa fácil. E, muito provavelmente, o ponto zero não será mais o mesmo quando eu voltar, minhas opções de caminho já não estarão mais lá.

É, hora de pensar. E agir.

terça-feira, maio 30, 2006

Sabe, eu preciso repetir

Eu sou feliz.

Músicas me fazem feliz. Meus cachorros me fazem feliz. Minha família me faz feliz. Um amigo que mora longe e me mostra um site comentando que "quem sabe" não traz algo de lá pra mim me faz feliz. Outro amigo que desaparece e volta cheio de elogios me faz feliz. Uma visita de uma pessoa especial, risadas, diversão e cuidados, me fazem feliz. Livros me fazem feliz. Fotos também. Lírios me fazem feliz. E pimentas. Trabalho, doce de leite e relacionamentos me fazem feliz. Ajudar, obviamente, me faz feliz. Plantinhas me fazem feliz (já contei aqui como não saber regá-las sem me molhar toda - e às vezes outras pessoas também - me faz feliz?). Pés. Mãos (ah, mãos...). E unhas compridas. Confissões me fazem feliz. Gostos diferentes. Conversas. Água de côco. Sorvete de milho verde do Rochinha. Casa nova. Cama nova. Cara nova. Revistas me fazem feliz. Nomes. Referências. Palavras. Pontuações (exclamações, então, essenciais!!). Mudanças me fazem feliz. E paixões. E intensidade.

É, eu sou feliz. Posso te ajudar a ser feliz? Isto faria de mim ainda mais feliz...

quarta-feira, maio 17, 2006

A sua missão no mundo

Você sabe qual é? Eu, há até pouco tempo atrás, nem sabia se isso existia. Talvez, nem exista mesmo. Mas, se existir, eu já achei a minha, e é ajudar as pessoas. Observar, ouvir, não julgar, entender e ajudar. Algumas eu ajudo com conselhos, longas conversas, algumas simplesmente me calando e estando presente. Mas ajudo, e faço com prazer, sem pedir nada em troca e tanto quanto me é possível.

E isso me faz feliz. Eu sou feliz. E você, o que você faz melhor que os outros e, ao fazer, é feliz?

(Um dia escrevo sobre como talvez eu tente ajudar demais, pessoas que não querem / podem ser ajudadas, e como isto pode ser um gasto de energia desnecessário. Um dia escrevo sobre de onde tirei esta idéia de que sei ajudar as pessoas - porque ela vem de fontes variadas. Um dia conto sobre alguém que julga ajudar tanto, mas que deixa muito poucos a ajudarem. Um dia. Ando preguiçosa, sabe?)

terça-feira, abril 25, 2006

Enfrentando paradigmas

Sabe todos os medos que eu tenho (já comentados anteriormente)? Me mandaram enfrentá-los. Sabe as relações seguras que eu tenho? Me mandaram acabar com elas. E eu, submissa que sou, obedeci. E, quer saber? Está dando tudo errado.

O que eu preciso descobrir é: está dando errado por minha culpa ou culpa do acaso? Eu me responsabilizo por ter uma crise de adolescência, ficar insegura, histérica e irracional frente ao desconhecido. Me responsabilizo por querer impor prazo de validade pra relacionamentos que nem existem ainda (Deus, até onde a loucura de alguém chega?!). Me responsabilizo por não saber lidar com a situação. Por outro lado, é realmente uma situação nova pra mim, e é normal que eu faça tudo errado no começo, até acertar, eventualmente. E, também, há de se convir que, independente dos meus erros, há outras pessoas envolvidas, e se elas não querem, nem se eu fizesse tudo certinho adiantaria, né?

Meu palpite é que a culpa é dos dois, parte minha, parte do acaso. Mas vejamos pelo lado positivo, aprendi várias coisas com esta bagunça toda (que ainda não acabou, inclusive)! Aprendi que a dúvida é angustiante, mas não mata ninguém. E que esta mesma angústia faz, por vezes, com que nos sintamos bem, vivas, intensas. Aprendi mais sobre mim ao fazer meu mapa astral. Aprendi que preciso dos amigos mais do que imaginava (eu, sempre tão autosuficiente, como meu mapa mesmo aponta) nestes momentos de agonia. E que, veja só, não é a maioria está lá e participa ativamente de todo o desenrolar da trama? Mas aprendi, sobretudo, que nunca, sob hipótese alguma, você deve dar o seu orkut na balada ao invés do telefone!!

quarta-feira, abril 19, 2006

Tá.

Daí você bebe (pela milésima vez, inclusive). Bebe tanto que dorme na casa da amiga, colocada na cama por outra amiga. Às 8:30 da manhã do dia seguinte, uma outra amiga - que também dormiu lá porque tinha bebido demais - te acorda, porque todas têm que trabalhar. Indo pra sua casa pra trocar de roupa, e pensando seriamente em não ir trabalhar, porque não existe a menor condição, você resolve refazer a sua noite. E a primeira memória que vem é você dizendo pro cara com quem já foi pra cama "Olhos azuis, eu nunca disse pra elas o tamanho do seu legume, nunca!!". Sinceramente, não dá vontade de lembrar de mais nada.

Mas você lembra. Do milho que tacaram na varanda porque todos estavam gritando (e você mais que todos eles, provavelmente). Do "eu nunca". Das declarações de amor que você fez (você até chorou!, acha). E das amigas. O que seria de você sem elas?!

Ah, e a resposta dos olhos azuis foi "você é uma lady", caso interesse. Uma lady. Uma daquelas que bebe. E muito.

sábado, abril 15, 2006

Medo

Eu tenho. De coisas tangíveis, como pombas e palhaços, e intangíveis, como sentimentos. De sentir muito, de me decepcionar, de que meus sonhos não se realizem, de que eu não os saiba realizar, de que me conheçam demais, de ser julgada, de sofrer, de que invadam o meu espaço, de me entregar. E, ainda assim, me entrego (Me entrego? Mesmo?).

Pensando bem, deve vir daí a trava de fazer strip tease. Sou eu, me despindo, enquanto alguém assiste. Nua, vulnerável, sem proteção alguma, por vontade própria, e uma platéia. Aflitivo, né? Pra mim, é.

segunda-feira, abril 10, 2006

Adolescência tem idade?

Sabe aquele frio na barriga, as atitudes impulsivas e incoseqüentes, a impressão de onipotência, a agonia do desconhecido, a espera, a angústia, o exagero, a histeria, as espinhas, os hormônios, a expectativa, a insegurança, o não saber o que fazer, o correr pros amigos em busca de ajuda, o assunto único, a criação de uma vida inteira na imaginação, o sorriso bobo, as batidas aceleradas do coração?

Tão bom, né?


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Son Sueños
de: El Canto Del Loco
álbum: A contracorriente


Son sueños que son de verdad
me gustaria que fuera real
son sueños quiero llegar hasta el final
y nada sirve si no estas

En silencio te busco
y sueño con poderte amar
te sigo buscando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que inventar
y te sigo esperando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que encontrar

Son gestos que quiero mirar
me gustaria poderte tocar
son sueños quiero que existas nada mas
sigo buscando donde estas

En silencio te busco
y sueño con poderte amar
te sigo buscando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que inventar
te sigo esperando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que encontrar

En silencio te busco
y sueño con poderte amar
te sigo buscando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que inventar
te sigo esperando tanto
tu en mi nunca te has fijado
por eso te tengo que encontrar

Y te sigo buscando tanto
y te sigo esperando tanto
por eso te tengo que inventar

terça-feira, abril 04, 2006

Porque a vida é Bella e músicas me (co)movem

Someone is there, waiting for my song
I´m only looking for someone who sings along

When all my dreams, finally reach yours
We will uprise and maybe find our true love,

We will uprise and maybe find our true love.

sábado, abril 01, 2006

Arredia

Eu pratiquei hipismo por vários anos, a modalidade era salto. Como não tinha um cavalo meu, usava nas aulas animais da escolinha da hípica e, quando já montava bem, treinava os cavalos de sócios.
Me lembro da época em que comecei a montar uma égua novinha (tinha uns 3 anos), cujo nome infelizmente me foge agora. Era pequena, tordilha (a cor básica preta, mas com pêlos brancos espalhados por todo o corpo, mais ou menos concentrados em certas áreas - ou "cinza manchado", se for mais fácil de entender). O barulho das folhas a assustava, ela prestava uma atenção imensa a qualquer movimento meu e a literalmente qualquer estímulo à sua volta. E, quando se assustava, ela me derrubava. E fez isso várias vezes. E eu tive que aprender a perceber, se não antes, ao menos junto com ela todos estes estímulos que a assustavam pra prever a sua reação e não deixar que ela me derrubasse. A intenção nunca era esta, ela não pulava com o intuito de me derrubar, ela simplesmente se assutava, mas o susto tinha como consequência final a minha queda.

Eu ando assim, arredia. Extremamente atenta ao que acontece ao meu redor. Desconfiada. E, se algo me assutar, acabo por derrubar quem estiver perto, por mais que esta não seja a intenção. Portanto, cuidado.

sexta-feira, março 31, 2006

Coisas que acontecem quando você trabalha na empresa do pai

Entramos na sala de reuniões de uma das fábricas eu e três funcionários meus. Pouco depois entram duas pessoas da fábrica para a reunião. (Nomes ficíticios)

- Prazer, Dr. Japa, eu sou a Belle de Jour.
- Ah, você é a Belle de Jour?
- Sim, sou eu.
O Dr. Japa vira pra todos da sala:
- Sabe, eu conheci a Belle de Jour pequenininha. Ela tinha uns 5 anos, o Dr. Pai Herói (meu pai, claro) a trouxe na empresa, e tinha que tomar uma injeção de penicilina. O Dr. Pai Herói me diz "Olha, Japa, se eu der esta injeção, ela ficará com raiva de mim e eu sou pai, não quero que isto aconteça. Dê então a injeção, que se ela ficar com raiva de você, não tem problema.". Eu pensei "Desgraçado...", você se lembra disso, Belle de Jour?

Eu rio, faço graça, digo que não odeio o Dr. Japa, apesar de ter pavor de injeções até hoje. Mas fico vermelha e penso "é só comigo mesmo...".

quinta-feira, março 30, 2006

Procura-se homem macho, e não machista

Porque aqui encontra-se uma mulher feminina, e não feminista.

Os conceitos

MACHO - ser humano do sexo masculino que, antes de tudo, é seguro de si. Esta segurança fará com que saiba respeitar as diferenças existentes entre pessoas. Tem a mente aberta, e poucos preconceitos. Os que tem, são mutáveis. É imponente. (Pausa para falar sobre imponência. Diferente do que muitos pensam, imponência não diz respeito a impor as suas vontades. Veja os cavalos. São animais extremamente imponentes e, mesmo pesando quase 10 vezes mais que o homem e sendo, portanto, muito mais fortes, aceitam suas vontades, se deixam ser montados e guiados, desde que o humano os respeite e se faça respeitar. Homens imponentes podem sê-lo fisicamente e / ou através de atitudes. Esta que vos fala tem uma queda louca por homens altos. Se forem altos e fortes, melhor ainda. Mas o simples fato de, ao andar na rua comigo, colocar a mão na minha nuca de forma com que eu me sinta segura, já faz de um homem imponente. Cavalos e homens imponentes têm brio, diz um amigo meu. Eu concordo.) É, além de inteligente, culto. Cuida de si, de uma forma saudável. Macho não é aquele que diz que “creme é coisa de veado”, mas aquele que, uma vez informado sobre os benefícios, usa sem problemas (só não me invente também de fazer as unhas toda semana, pintar com esmalte transparente e querer dar dicas de cosméticos, que aí já é demais, tá?!). O macho valoriza a mulher feminina. Despe-se de conceitos sobre o certo e o errado na cama. Experimenta. Ouve. Se interessa. Mas sem exagerar, pensar somente no prazer feminino e esquecer do seu. O homem macho sabe que poucas coisas são mais prazerosas para uma mulher feminina que agradá-lo assim como foi agradada.


FEMININA – ser humano do sexo feminino que, antes de tudo, é segura de si (sim, a repetição foi proposital, assim como serão as próximas). Segura para não se ofender quando um homem se oferece para pagar a conta, e para retribuir o gesto em outra ocasião. Segura para aceitar gentilezas sem se sentir diminuída. Ela não quer se masculinizar, mas também não encara as gentilezas como obrigações masculinas. Tem a mente aberta, e poucos preconceitos. Os que tem, são mutáveis. É, além de inteligente, culta. Cuida de si, de uma forma saudável. A mulher feminina valoriza homem macho. Despe-se de conceitos sobre o certo e o errado na cama. Experimenta. Ouve. Se interessa. Mas sem exagerar, pensar somente no prazer masculino e esquecer do seu. A mulher feminina sabe que poucas coisas são mais prazerosas para um homem macho que agradá-la assim como foi agradado.

Quanto a machistas e feministas, creio que todos já estão familiarizados com o conceito, não?


E, antes que alguém reclame que o texto do homem é mais completo, que o da mulher é só repetição e mimimi, volte ao título do post. Estou procurando um homem com tais características, e não promovendo as minhas.

quarta-feira, março 29, 2006

O primeiro (segundo?)

Talvez uma explicação sobre o título do blog e a minha identificação com a história (Belle de Jour, romance de Joseph Kessel, escrito em 1929), além de uma justificativa de porque não usar meu nome verdadeiro, fosse cabível. Mas deixarei pra que quem leia descubra sozinho, esta associação virá facil e claramente. Se ainda restar alguma dúvida, falem comigo. ;)

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Estive viajando recentemente e escrevi um textinho a respeito, pensei que poderia ser o primeiro devaneio publicado:

Eu quero voltar para o lugar onde o amanhecer é rosa. O gelo, azul. As montanhas, brancas. Os olhos, verdes. O pôr do sol, vermelho. Onde o tempo é seco e frio. E as pessoas, quentes.

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Ainda sobre a viagem, escrevi o seguinte texto no dia (23/03/2006) em que resolvi criar o blog terapêutico:

Presentes

Outro dia tive uma experiência única. Viajei sem deixar em casa um namorado. Sabe, eu sempre fui namoradeira, desde os 15 anos de idade. Não que fossem todos relacionamentos saudáveis, mas eu quase sempre estive em um. E eis que viajei sem estar namorando. E percebi que, pra mim, mais do que a dor de chegar e não ter pra quem ligar dizendo que está bem, o vazio de andar pelas ruas sem procurar em todo lugar presentes é avassalador.

Eu adoro dar presentes. Muito mais que receber. E adoro pensar nos presentes que quero dar, planejar, ou mesmo sair sem nada em mente e procurar algo "com a carinha dele" em todo lugar. Na maioria das vezes, passo horas pra escolher um único presente que, para o presenteado, pode parecer uma simples blusa de lã. Mas eu sei o trabalho que me deu escolher a cor, o tamanho, o modelo, discutir com vendedoras, amigos, parentes, até chegar à blusa ideal. E um simples sorriso e um "obrigado" já compensam todo o esforço, eu me sinto realizada! Tenho também uma história (longa) pra cada um dos presentes que dei, história esta que na maioria das vezes o presenteado desconhece, ou conhece somente parte dela, e isso também me faz feliz. É uma das formas que tenho de demonstrar carinho, atenção, consideração, lembrança e importância daquela pessoa pra mim, e eu me satisfaço sem que ela precise saber de todo o empenho gasto nesta tarefa. É como dizer "eu te amo" de uma forma sutil, quase imperceptível, e sem esperar nada além de um sorriso de volta.

Não ter alguém pra dar presentes assim deixa um vazio. É triste andar por ruas novas, países novos, lojas novas, sem ter a quem dedicar toda esta atenção. Falta alguma coisa. Falta poder dizer "eu te amo" sutilmente pra pessoa amada. Falta a pessoa amada. Falta.

Hora de (re)começar

Pensei em fazer um texto extenso e profundo a respeito do porquê começar a escrever num blog. Desisti. Isto aqui é pra ser uma terapia. E pra que quem quer que leia se divirta e/ou pense um pouco também. E só.