sábado, abril 01, 2006

Arredia

Eu pratiquei hipismo por vários anos, a modalidade era salto. Como não tinha um cavalo meu, usava nas aulas animais da escolinha da hípica e, quando já montava bem, treinava os cavalos de sócios.
Me lembro da época em que comecei a montar uma égua novinha (tinha uns 3 anos), cujo nome infelizmente me foge agora. Era pequena, tordilha (a cor básica preta, mas com pêlos brancos espalhados por todo o corpo, mais ou menos concentrados em certas áreas - ou "cinza manchado", se for mais fácil de entender). O barulho das folhas a assustava, ela prestava uma atenção imensa a qualquer movimento meu e a literalmente qualquer estímulo à sua volta. E, quando se assustava, ela me derrubava. E fez isso várias vezes. E eu tive que aprender a perceber, se não antes, ao menos junto com ela todos estes estímulos que a assustavam pra prever a sua reação e não deixar que ela me derrubasse. A intenção nunca era esta, ela não pulava com o intuito de me derrubar, ela simplesmente se assutava, mas o susto tinha como consequência final a minha queda.

Eu ando assim, arredia. Extremamente atenta ao que acontece ao meu redor. Desconfiada. E, se algo me assutar, acabo por derrubar quem estiver perto, por mais que esta não seja a intenção. Portanto, cuidado.

Nenhum comentário: