quinta-feira, outubro 02, 2008

O bom filho à casa torna?

Será? Enfim.

Escrever costuma, normalmente, me ajudar a organizar as idéias, e é isso que pretendo. Elas são muitas no momento, as idéias. Existem no âmbito familiar, no profissional, no amoroso, no "amigável". Mas acho que vou falar sobre o amoroso. Mais especificamente, sobre expectativas.

É engraçado como a empatia por alguém pode acontecer com a troca de apenas algumas poucas palavras. Ou olhares, comportamento, sorrisos. Cheiro. E eis que, empatia gerada, este alguém te interessa. Mas você está acostumada a isso, muitas pessoas te interessam. Você é intensa, sabe disso.

(E nisso eu lembro que meu terapeuta não gosta que eu use a terceira pessoa pra contar histórias, mas sim a primeira, então mudo meu texto.)

Eu me interessei por alguém, sem maiores motivos ou explicações. E sou intensa, sei disso. Me interessei e muito. Mas, além de intensa, sou também submissa (e aqui abro outro parênteses pra dizer que "submissa", pra mim, é só mais uma característica, nem boa nem ruim. "Você é ruiva e eu sou submissa.", disse hoje no jantar, ao que me responderam "Nós somos ruivas e você, submissa.". Tá.). E minha submissão faz com que eu espere um primeiro movimento da outra pessoa, a que me interessou, antes de qualquer outra coisa. O movimento vem, e vem de uma forma que me gera ainda mais interesse. Eu, sem saber dar continuidade, paro.

Meses depois, a pessoa reaparece na minha vida, e numa situação muito íntima, feliz, marcante. E todo aquele anterior interesse se intensifica. Eu, sabe-se-lá-Deus-como (maturidade, talvez?), dou o primeiro passo!! (E aqui você diz "Mas caramba, você acabou de dizer no parágrafo anterior que o primeiro movimento veio da outra pessoa!", e eu digo que sim, veio, mas este meu primeiro passo foi muito mais significativo, arriscado, pessoal, uma demonstração de interesse muito mais explícita. E não me venha dizer qualquer outra coisa, eu dei sim o primeiro passo, foi um passo grande e legal!) (Elogios eu aceito de bom grado).

Felicidade e orgulho, aprendi a tomar a inciativa!! Quem diria, hein?! Me sinto poderosa, superando meus próprios limites. O que recebo são idéias, conceitos, maior entendimento daquela pessoa, cumplicidade, atenção, companhia, aprovação e, claro, surge ainda maior interesse.

Aparentemente, só da minha parte. Argh. Até então era roteiro de conto de fadas!

E eu, que ainda não cheguei a uma conclusão quanto à minha atuação, meu desempenho, o desempenho e momento desta pessoa, escrevo, então, pra me dizer que está tudo bem. Que foi sim uma grande conquista minha, motivo de orgulho, e que eu que não trate de me esconder atrás de um "mas eu fui, fiz e não deu certo mesmo assim!!", justificando um não querer me arriscar outras vezes. Porque isso não é atitude de uma mocinha crescida.

E tenho dito.

Resolvo reler o texto e descubro que não falei nada sobre as expectativas, que eram pra ser o tema central. Eu acho admirável meu poder de criar tantas delas a respeito de algo / alguém que nem sequer ameaçou começar a acontecer. Sim, porque pessoas acontecem. Será a minha intensidade? A imaginação? Os muitos sonhos? A liberdade que tenho pra sonhá-los? Ou simplesmente uma alma que não deixou de ser criança? Pronto, falei.

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