sexta-feira, março 31, 2006

Coisas que acontecem quando você trabalha na empresa do pai

Entramos na sala de reuniões de uma das fábricas eu e três funcionários meus. Pouco depois entram duas pessoas da fábrica para a reunião. (Nomes ficíticios)

- Prazer, Dr. Japa, eu sou a Belle de Jour.
- Ah, você é a Belle de Jour?
- Sim, sou eu.
O Dr. Japa vira pra todos da sala:
- Sabe, eu conheci a Belle de Jour pequenininha. Ela tinha uns 5 anos, o Dr. Pai Herói (meu pai, claro) a trouxe na empresa, e tinha que tomar uma injeção de penicilina. O Dr. Pai Herói me diz "Olha, Japa, se eu der esta injeção, ela ficará com raiva de mim e eu sou pai, não quero que isto aconteça. Dê então a injeção, que se ela ficar com raiva de você, não tem problema.". Eu pensei "Desgraçado...", você se lembra disso, Belle de Jour?

Eu rio, faço graça, digo que não odeio o Dr. Japa, apesar de ter pavor de injeções até hoje. Mas fico vermelha e penso "é só comigo mesmo...".

quinta-feira, março 30, 2006

Procura-se homem macho, e não machista

Porque aqui encontra-se uma mulher feminina, e não feminista.

Os conceitos

MACHO - ser humano do sexo masculino que, antes de tudo, é seguro de si. Esta segurança fará com que saiba respeitar as diferenças existentes entre pessoas. Tem a mente aberta, e poucos preconceitos. Os que tem, são mutáveis. É imponente. (Pausa para falar sobre imponência. Diferente do que muitos pensam, imponência não diz respeito a impor as suas vontades. Veja os cavalos. São animais extremamente imponentes e, mesmo pesando quase 10 vezes mais que o homem e sendo, portanto, muito mais fortes, aceitam suas vontades, se deixam ser montados e guiados, desde que o humano os respeite e se faça respeitar. Homens imponentes podem sê-lo fisicamente e / ou através de atitudes. Esta que vos fala tem uma queda louca por homens altos. Se forem altos e fortes, melhor ainda. Mas o simples fato de, ao andar na rua comigo, colocar a mão na minha nuca de forma com que eu me sinta segura, já faz de um homem imponente. Cavalos e homens imponentes têm brio, diz um amigo meu. Eu concordo.) É, além de inteligente, culto. Cuida de si, de uma forma saudável. Macho não é aquele que diz que “creme é coisa de veado”, mas aquele que, uma vez informado sobre os benefícios, usa sem problemas (só não me invente também de fazer as unhas toda semana, pintar com esmalte transparente e querer dar dicas de cosméticos, que aí já é demais, tá?!). O macho valoriza a mulher feminina. Despe-se de conceitos sobre o certo e o errado na cama. Experimenta. Ouve. Se interessa. Mas sem exagerar, pensar somente no prazer feminino e esquecer do seu. O homem macho sabe que poucas coisas são mais prazerosas para uma mulher feminina que agradá-lo assim como foi agradada.


FEMININA – ser humano do sexo feminino que, antes de tudo, é segura de si (sim, a repetição foi proposital, assim como serão as próximas). Segura para não se ofender quando um homem se oferece para pagar a conta, e para retribuir o gesto em outra ocasião. Segura para aceitar gentilezas sem se sentir diminuída. Ela não quer se masculinizar, mas também não encara as gentilezas como obrigações masculinas. Tem a mente aberta, e poucos preconceitos. Os que tem, são mutáveis. É, além de inteligente, culta. Cuida de si, de uma forma saudável. A mulher feminina valoriza homem macho. Despe-se de conceitos sobre o certo e o errado na cama. Experimenta. Ouve. Se interessa. Mas sem exagerar, pensar somente no prazer masculino e esquecer do seu. A mulher feminina sabe que poucas coisas são mais prazerosas para um homem macho que agradá-la assim como foi agradado.

Quanto a machistas e feministas, creio que todos já estão familiarizados com o conceito, não?


E, antes que alguém reclame que o texto do homem é mais completo, que o da mulher é só repetição e mimimi, volte ao título do post. Estou procurando um homem com tais características, e não promovendo as minhas.

quarta-feira, março 29, 2006

O primeiro (segundo?)

Talvez uma explicação sobre o título do blog e a minha identificação com a história (Belle de Jour, romance de Joseph Kessel, escrito em 1929), além de uma justificativa de porque não usar meu nome verdadeiro, fosse cabível. Mas deixarei pra que quem leia descubra sozinho, esta associação virá facil e claramente. Se ainda restar alguma dúvida, falem comigo. ;)

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Estive viajando recentemente e escrevi um textinho a respeito, pensei que poderia ser o primeiro devaneio publicado:

Eu quero voltar para o lugar onde o amanhecer é rosa. O gelo, azul. As montanhas, brancas. Os olhos, verdes. O pôr do sol, vermelho. Onde o tempo é seco e frio. E as pessoas, quentes.

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Ainda sobre a viagem, escrevi o seguinte texto no dia (23/03/2006) em que resolvi criar o blog terapêutico:

Presentes

Outro dia tive uma experiência única. Viajei sem deixar em casa um namorado. Sabe, eu sempre fui namoradeira, desde os 15 anos de idade. Não que fossem todos relacionamentos saudáveis, mas eu quase sempre estive em um. E eis que viajei sem estar namorando. E percebi que, pra mim, mais do que a dor de chegar e não ter pra quem ligar dizendo que está bem, o vazio de andar pelas ruas sem procurar em todo lugar presentes é avassalador.

Eu adoro dar presentes. Muito mais que receber. E adoro pensar nos presentes que quero dar, planejar, ou mesmo sair sem nada em mente e procurar algo "com a carinha dele" em todo lugar. Na maioria das vezes, passo horas pra escolher um único presente que, para o presenteado, pode parecer uma simples blusa de lã. Mas eu sei o trabalho que me deu escolher a cor, o tamanho, o modelo, discutir com vendedoras, amigos, parentes, até chegar à blusa ideal. E um simples sorriso e um "obrigado" já compensam todo o esforço, eu me sinto realizada! Tenho também uma história (longa) pra cada um dos presentes que dei, história esta que na maioria das vezes o presenteado desconhece, ou conhece somente parte dela, e isso também me faz feliz. É uma das formas que tenho de demonstrar carinho, atenção, consideração, lembrança e importância daquela pessoa pra mim, e eu me satisfaço sem que ela precise saber de todo o empenho gasto nesta tarefa. É como dizer "eu te amo" de uma forma sutil, quase imperceptível, e sem esperar nada além de um sorriso de volta.

Não ter alguém pra dar presentes assim deixa um vazio. É triste andar por ruas novas, países novos, lojas novas, sem ter a quem dedicar toda esta atenção. Falta alguma coisa. Falta poder dizer "eu te amo" sutilmente pra pessoa amada. Falta a pessoa amada. Falta.

Hora de (re)começar

Pensei em fazer um texto extenso e profundo a respeito do porquê começar a escrever num blog. Desisti. Isto aqui é pra ser uma terapia. E pra que quem quer que leia se divirta e/ou pense um pouco também. E só.